domingo, 28 de novembro de 2010

Hoje

 Hoje um vidro atravessa o meu caminho até ti.
Não consigo sentir a tua pele.
Não consigo ver os teus olhos sem que neles exista o reflexo dos meus.
Não consigo abraçar-te.
O beijo não é igual, pois esse vidro está no meio de nós.
Choro.
Choro porque não te consigo sentir.
Por não ver tudo o que tens e que eu adoro em ti.
Do outro lado vejo-te sem nitidez e junto a ti está alguém.
Volto a chorar pois sei que afinal esse vidro só lá está para me fazer ver que tudo acabou.
Que a partir deste momento vamos ter sempre aquele vidro entre nós e que nunca mais te vou sentir.
Sento-me e choro, mas é então que o vidro se parte e me dizes:
-Não chores! Porque é que não podemos ficar os dois do mesmo lado do vidro?Podemos até quebrá-lo, mas nunca iremos desistir de ficar juntos. Não HOJE.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Just you

Dois olhos que me olham suavemente.
Um nariz que se mexe ao som das expressões.
Dois ouvidos que ouvem todos os movimentos feitos.
Um tronco que dá segurança.
Dois braços que enlaçam carinhosamente.
Duas mãos suaves que apertam.

Este ÉS TU.

Porque gosto de todos estes teus traços? Não sei. Talvez por serem teus.

Apenas tu me fazes sorrir.
Apenas tu me fazes chorar.
Apenas tu me mostras o que é ser homem.
Apenas tu fazes com que um dia valha a pena ser vivido.

Se gostas de mim? Não sei.
Se gosto de ti. Sem dúvida.
Se quero ter-te todos os dias? Claro que sim.
Se tu me desejas. Talvez.

Tu ÉS tudo isto e eu apenas sou uma espectadora que sentada num canto te observa. Cada movimento teu para mim é uma harmonia sem fim, cada olhar um "quem sabe".

Mas como posso ainda sonhar sabendo que pode passar apenas disso, um SONHO?

Porque isto é AMOR.

Espelho meu

Enquanto as lágrimas caíam pela cara redonda de Ema, também a chuva caía na rua, com a mesma tristeza.
A cabeça debruçada sobre as pernas e as mãos a contorcerem-se freneticamente eram alguns dos gestos que fazia.
Os soluços que soltava de tempo a tempo misturam-se com os passos pelo corredor e mais tarde com a voz da mãe que corria para junt da cama, onde Ema se encontrava.
-O que se passa meu amor? O que aconteceu? Diz-me estou a ficar preocupada.
Ema tentava falar mas, tudo o que lhe saía da boca eram apenas pequenos sons que nem ela entendia.
Mal olhou para os pequenos mas expressivos olhos da mãe, viu, que podia confiar nela nela como em pequena fazia quando a mãe lhe ensinava algo, como nadar ou atar uns simples ténis.
Ouviu-se então a voz de Ema a quebrar o silêncio que havia no quarto.
-Mãe, eu sou feia - disse abraçando-se ao peito da mãe.
- Que parvoíce Ema, onde foste buscar essa ideia? Tu és lindissima.
-Mãe por favor, só dizes isso porque sou tua filha e não me queres ver triste. Tu não sabes o que é chegar á escola e ver que toda a gente comenta o teu aspecto, ser sempre a última a ser escolhida apenas porque não se é gira como todas as minhas amigas, ser excluida de tudo, e saber que quando não se é excluida é por causa de estar acompanhada por alguém deslumbrante, gostar tanto de alguém e saber que ele nem sequer olha para nós, um simples olhar, uma simples palavra que nunca acaba por saír da sua boca. Sempre ouvi palavras feias de mim mesmo de todos aqueles que eu considerava meus amigos, ser gozada pelas minha próprias amigas apenas por não ser como elas e ter tudo o que têm. Eu não quero que tenham pena de mim e muito menos receber esmolas. Apenas queria que uma vez na vida olha-se para mim ao espelho e senti-se que sou perfeita tal como sempre quis.
Depois de ouvir todas as lamentações da filha com a máxima atenção, passou a mão pelos longos cabelos da filha e discursou.
-Oh minha querida, não sejas assim para ti. Ouve com atenção tudo aquilo que vou dizer e depois vais pensar em tudo isto e acredita que chegarás a uma conclusão.
Chegou-se para mais perto da filha e agarrou-lhe uma das mãos.
-Meu amor eles dizem que és feia, eu digo-te que és bonita. Em quem acreditarias em mim ou neles. Eu respondo-te. Acreditarias em mim, porque eu nunca te menti e eles quantas vezes te mentiram?

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Ser Diferente

"Devias fazer um Blog", foi algo que me disseram á muito tempo. Nunca liguei pois nunca tive necessidade de escrever para expressar aquilo que sentia ou pensava, mas a verdade é que passado algum tempo surgem novas etapas na nossa vida em que nos temos de agarrar a algo ou fazer alguma coisa de diferente para conseguirmos esquecer aquilo que nos preocupa. Essas novas etapas podem ser coisas simples como  nos apixonar-mos, uma separação entre pais, uma separação de amigos, a nossa insegurança ou até a própria idade que nos vai modificando. A verdade é que neste momento me sinto a passar por algumas destas etapas e a única solução que encontrei foi exprimir-me desta forma, que a mim, me parece, de um certo modo, bastante "lamechas" ou "privada". Talvez esteja errada mas como já disse existem fases e fases e esta é só mais uma delas.
Porém a minha ideia continua acesa na minha mente. Este MEU Blog vai ser diferente, pois são os meus sentimentos e pensamentos que irão passar por aqui e sim porque eu pr´priaa sou diferente de todos os outros. SOU ÚNICA E INSUBSTITUIVEL.